quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

olé


"(...) séculos atrás nos desertos do norte da África, as pessoas se encontravam para fazer música e dançar ao luar que duravam horas, até o amanhecer. E elas eram magníficas porque os dançarinos eram profissionais eles eram incríveis, sabe? Mas uma vez ou outra, raramente, acontecia alguma coisa, e um desses bailarinos realmente transcendia. E eu sei que vocês sabem do que estou falando, porque eu sei que todos vocês já viram, em algum momento de sua vida, uma atuação como esta. E foi como se o tempo parasse, e o dançarino entrasse numa espécie de portal e ele não fazia nada diferente do que vinha fazendo desde há mil noites atrás mas é como se tudo se alinhasse. E não mais que de repente ele deixasse de ser apenas humano. E ele era iluminado de dentro para fora, e debaixo para cima, todo iluminado pelo fogo divino.

E quando isso acontecia, naquele tempo, as pessoas sabiam do que se tratava e a chamavam pelo nome. Elas juntavam as mãos e cantavam, "Alá, Alá, Alá, Deus, Deus, Deus". Era Deus, entendem? Uma nota de rodapé curiosa -- historicamente, quando ou mouros invadiram a Espanha, eles levaram consigo esse costume e sua pronúncia mudou com o passar do tempo, de "Alá, Alá, Alá, para Olé, olé, olé" que ainda se ouve em touradas e danças flamencas. Na Espanha, quando um artista faz alguma coisa impossível e mágica, "Alá, olé, olé, magnífico, bravo" é algo incompreensível é um lampejo de Deus. O que é ótimo, porque nós precisamos dele.

Elizabeth Gilbert

2 comentários:

  1. Inusitado e criativo este blog.
    Alá, olé, olé.

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  2. Penso que é a primeira vez que venho até seu espaço. O que li, aqui, gostei e vou ser seu seguidor. Olá! Olé, olé, olé. rsrs. Seja meu também em:

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    Um abração e tudo de bom.

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